O Homem da caverna estava sem terra mas muito bem enraizado e abrigado, regressando ao nomadismo que areja as mentes e embelezou tantas rochas do Douro Superior. Fez vinhos superiores no Douro, barrocos, de xistos altos, de gatas, subiu ao Olimpo vínico com o Monte Xisto mas o Deus dos Deuses irritou-se e castiga os homens atrevidos que o desafiam demais, obrigando a fazer subir de novo a pedra, perdão o xisto, até o topo, mas nesse caso, não é para fazer vinhos topo do Monte porque o Mateus de Foz Côa gosta mais dos vinhos subterrâneos que os que brilham nas revistas. Falta lhe a consagração, conseguir responder ao desafio maior que lhe lançou um mouro de pura cepa : a colecção dos vinhos de Hamam, declinando a trilogia em três capítulos : Evaporações, Vinho ao todo vapor e Massajado pingado, reconciliando a volúpia, o Oriente e o espiríto flibusteiro familial contribuindo para uma nova era de trocas e sinergia entre os celtas Portenhos e os mouros lisboetas.
Quinta do Monte Xisto
João Nicolau de Almeida e filhos
Douro