Beiorte

João Costa e Beatriz
Dão

Enriquecemos o nosso vocabulário vínico, com a entrada goliárdica do projecto Beiorte que significa vinho em dialeto local. Liderado pelo João Costa dito Costinha e pela Bea, à volta da aldeia remota de Santa Ovaia na zona camuflada da Serra do Açor que se tornará em breve o novo terroir imperdível dos escavadores de ouro tinto e branco . Estamos numa zona granítica, que pertence à sub-região Alva do Dão, no concelho de Oliveira do Hospital, de tradição pedreira, rija como o viticultor, , com um vinhedo velho fragmentado em mini parcelas. Aqui o duo do Beiorte investe a sua energia “arguina” (de pedreiro) e o conhecimento acumulado em várias experiências existenciais para dar expressão e futuro a uma zona sentimentalmente importante para eles, com uma abordagem arejada e livre da alquímia do vinho. O encepamento é muito semelhante ao Dão dos anos 1950 com uma parte importante de Baga, Alfrocheiro, Tinta Pinheira, Trincadeira em uvas tintas e Fernão Pires, Bical, Arinto, Encruzado e Malvasia Fina em branco. Os trabalhos agrícolos fazem-se com enxada e mochila às costas em lua “podiente” porque cada um tem outro trabalho ao lado. Os vinhos são feitos por parcela para singularizar cada uma dela e o trabalho na adega familiar minimalista revela a engenhosidade dos produtores e a capacidade de fazer bom com pouco. Alegramo-nos de contar com mais um vinho bom (Beiorte gido como o indica a rolha) e da confirmação que a região do Dão tem muito para dizer quando o apetite é grande como é o caso do Costinha, o horizonte largo e as gargalhadas contagiantes.

A nossa selecção de vinhos

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