A descoberta dos vinhos Giardino não aconteceu num jardim mas num restaurante de Turim onde bebemos um branco Gaia 2009, feito com Fiano, que ficou nas memorias apesar da quantidade de vinhos bebida nesta noite. Decidimos aprofundar o tema e fomos visitar Daniela e Antonio na primavera passada para ver esta terra da Campania interior, que contrasta com a visão mediterrânica da Costa Amalfitana, pelas suas colinas verdes e as vinhas em bordadura que lembravam mais o Minho e a Galiza que o Sul de Itália. Cultivam-se uvas brancas como o Fiano, Greco di Tufo, Coda di Volpe e em tinto o Aglianico como uva dominante. A vindima começa tarde, no fim de Setembro para os brancos e acaba no final de Outubro com o Aglianico, uva que dá vinhos taninosos, firmes e com bela capacidade de guarda. Os vinhos Giardino fogem da enologia apesar do Antonio ser um técnico reconhecido, que aconselha e accompanha também outras quintas onde controla mais a criação. Mas nos seus vinhos, a postura é de deixar fazer a natureza e não por nada, nem o sulfuroso, aceitando a volatil e os caprichos pessoais das suas uvas, provenientes de vinhas muito velhas. Como numa obra ao vivo, os vinhos são genuinos, puros às vezes como estapafurdios outras vezes, mas são de certeza à imagem deste casal que nos faz sair da rotina vínica…e revela uma Campania desconhecida.
Contrada Petrara, 21/B, 83031 Ariano Irpino AV, Itália | +39 0825 873084