Desde os anos 1840 que a família Dalamara cultiva vinhas na Denominação de origem Naoussa, prestigiosa zona vitícola da Macedonia que no século XIX produzia um vinho procurado que era servido nas mesas nobres do Império Austro-hungaro, na Prussia, Baviera, até ao Egipto e Império otomano. A crise provocada pelo filoxera a partir dos anos 20 foi particularmente aguda a tal ponto de dizimar o vinhedo que passou de 2500 ha no princípio do século XX a 50 ha no princípio dos anos 60. Hoje a região de Naoussa está de novo identificada como uma região qualitativa e a quinta Dalamara cultiva 6 ha de vinhas em agricultura, nas zonas de Paliokalias (vinhedo histórico da famiíia, adquirido em 1960) e Vados, na parte central e sul da denominação. Em 2011, o jovem Kostis Dalamara, sexta geração a produzir, tomou a liderança da quinta depois de se ter formado na Borgonha. Vem perpetuar um estilo clássico nos vinhos, com uma agricultura biológica, uma abordagem ecológica da exploração alimentada exclusivamente em energias “verdes” e uma dimensão cultural palpável quando se passa na adega, ainda hoje aberta aos particulares que alugam as instalações para produzir a sua aguardente caseira e no tempo do almoço são animados pelo som de musica tradicional grega de qualidade. A maior parte do vinhedo é plantado com a casta tinta indígena Xinomavro (que significa negra e ácida), completada em tinto com Merlot enquanto em branco são as castas Assyrtiko e Preknadi que constituem os lotes. Os tintos (Naoussa 100% Xinomavro, Ayehorosa Xinomavro 80% com 20% de Merlot) apresentam uma fruta muito singular carnuda com caroço e uma matéria densa que concilia frescura e profundidade, com uma componente outonal e sanguínea. Os brancos Kapnistos e Thoos são mais directos na expressão frutada mediterrânica através dum estágio mais curto, embora o Kapnistos revela uns toques de véu e oxidação que o torna também singular e gastronómico.
Dalamara
Kostis Dalamara
Naoussa
