Chablis
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Ficamos facilmente rendidos à sensibilidade e qualidade humana da Alice e Olivier, personagens discretos à primeira vista, apaixonados e profundos que criaram uma produção confidencial que nos comove. Foi em 1989 o início deste projeto quando Olivier reconverteu os bosques e pomares familiares em vinhas (0,5 ha), património este que se foi alargando sempre em Courgis com mais 2,5 ha de vinhas e numa fase posterior com vinhas em Chitry e na zona do Bourgogne aligoté para chegar aos aproximadamente 7 ha de hoje. Os vinhos são o fruto dum trabalho intenso e sem químicos em vinha, de vinificações naturais em madeira de diferentes volumes, na ideia de fazer emergir as nuances dos terrenos, do ano e do humor do seu genitor. Olivier considera os seus terrenos às vezes caricaturais mas reencontra-se na expressão que transmitem. Ele está mais em vinha e Alice mais na adega mas todo o trabalho e as decisões são partilhadas e amadurecidas em conjunto. Desde o saboroso Aligoté até os Chablis (Humeur du Temps, Clardys, Rosette) passando pelo Bourgogne Chitry, cada vinho merece uma atenção empenhada tal como o investimento dos produtores para dar à luz a esses vinhos infelizmente de quantidades limitadas. Com algumas colheitas muito difíceis, os De Moor foram ajudados por amigos produtores de outras zonas e regiões, que prontamente se prestaram a vender-lhes uvas da sua produção qualitativa de modo a que estes pudessem superar os momentos em que os céus não ajudam. Assim surgiu a gama “Le vendangeur masqué” (tradução: o vindimador mascarado), em que os De Moor revelam a sua capacidade de vinificar uvas completamente diferentes do que alguma vez eles produziram e os resultados são absolutamente surpreendentes. Vinhos sempre com toque de austeridade e de uma precisão fora do comum.
