Dentista de profissão, Miguel Louro, é uma das figuras iconoclastas do panorama dos vinhos portugueses, sempre pronto a uma saída verbal de cavaleiro medieval, com provocação dramatúrgica. Comprou a Quinta do Mouro em 1980 em Estremoz no Alentejo e desde 1998 vinifica na quinta vinhos com carácter que provocaram a produção local, com um estilo taninoso, gastronómico e uma frescura notável. Em solos essencialmente xistosos, produz 3 vinhos tintos : Vinha do Mouro, que exprime o frutado especiado do Alentejo numa versão mais fácil, o Casa dos Zagalos que representa o clássico Alentejano na sua opinião, com uma matéria mais subtil, complexidade táctil, intensidade aromática, e o Quinta do Mouro, vinho mais afirmado como o seu dono, intenso e rico e com um equilíbrio que sai dos standards da região. Em 2007 e 2009 os Goliardos fizeram um vinho especial com a Quinta do Mouro, o Centurião, num perfil mais fresco e menos marcado pela madeira. As histórias do Miguel Louro correm mundo e uma tornou-se mítica: Quando um jornalista norte-americano lhe disse na sua adega que faltavam ao seu vinho aromas de chocolate e baunilha, Miguel Louro respondeu “isto é uma adega, não é uma gelataria”.
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