Nos Goliardos, propomos vinhos com tipicidade e sem artifícios, com respeito pela sua terra e gentes. São vinhos que importamos, exportamos, distribuímos e comercializamos em vários países, numa selecção feita de nomadismo vínico desde 2005 (na verdade já tínhamos começado a beber antes..). São cerca de 700 referências de vinhos de 7 países.
Para seleccionar, pesquisamos e lemos muito, e provamos ainda mais. Quando os vinhos nos encantam, vamos conhecer o produtor e o local onde é produzido. A verdadeira selecção é aquela que se faz ao longo do tempo, na relação com o produtor e com os seus vinhos. Trabalhar com um produtor não é apenas vender os seus vinhos, trata-se de estabelecer uma relação em que partilhamos uma abordagem e um estilo de vinhos, apoiamos o projecto e o caminho, com sucessos, pedras e quedas, com anos mais difíceis e outros mais bem conseguidos, mas com direcção consistente e verdadeira.
A escolha de produtores faz-se de forma intuitiva, sabendo que a intuição é um acumular de experiência, conhecimento e reflexão que se exprime de modo espontâneo. Procuramos aqui verbalizar os critérios que valorizamos para reunir um grupo de produtores que proporcionem diversidade, exigência, ética e prazer. Os produtores que fazem parte d’Os Goliardos não cumprem obrigatoriamente todos estes critérios, mas todos eles aqui se encontram de algum modo e partilham de um caminho que queremos, juntos, galgar:
1) “Vigneron”: vitivinificador engarrafador independente com vinhas próprias, ou seja produtor que gere de A a Z a sua produção a partir de capital próprio, responsável pela viticultura, vinificação e comercialização, em que a sua actividade principal é ser viticultor que trabalha as suas vinhas de mãos na terra, e não apenas um gestor de vinhas ou comprador de uvas dos viticultores vizinhos.
2) Viticultura artesanal e natural, em agricultura biológica, com preocupação pela identidade singular de cada terroir e pelo ambiente, numa busca permanente por desenvolver vinhas bem enraizadas e solos com vida, num ecossistema equilibrado que permitam ter colheitas qualititativas ao longo de várias gerações.
3) Vinificação artesanal e natural, de intervenção mínima e cuidado máximo, sem técnicas invasivas tanto químicas como físicas que adulterem a essência do trabalho feito na vinha, de modo a conduzir a a matéria prima na sua expressão mais genuína, sem que seja dominada pela técnica, estágio, ou desvios, para criar vinhos autênticos, precisos e singulares.
4) Produção em simbiose com o território, com respeito tanto pelas gentes como pela natureza e pela cultura, por uma história e tradição locais, na vinha e na adega. Valorização da selecção do material vegetativo, incluindo castas e opções de plantação em consonância com a região, recuperação de vinhedos antigos, viticultura integrada na paisagem juntamente com outras produções agrícolas e florestais, de forma a preservar um património humano e natural e produzir vinhos com tipicidade.
5) Produtor que vive o vinho de forma humanista, sem fronteiras ou dogmas, pela partilha e celebração da vida, num espírito colectivo, sem o oportunismo das modas efémeras e com a generosidade que é o vinho em estado líquido.
6) Produtor com talento, usa a sensibilidade para fazer vinhos distintos, e a liberdade para ousar e a ética para ir cada vez mais longe numa interpretação própria da sua paisagem, contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento e da diversidade.
7) e para terminar, sem dúvida, vinhos bons e verdadeiros, com carácter, rigor organoléptico e expressão tanto da sua terra de origem como do clima do ano. Vinhos que nos dão prazer e nos emocionam, envelhecem, nos fazem voar no tempo e nos levam a viajar por além-terras.