Como muitos amantes de vinho, Benoît começou por provar e servir vinhos como sommelier antes de querer passar à produção. Estudou na Borgonha, estagiou numa quinta convencional de Chambolle Musigny, mas as suas fontes de inspiração foram desde logo de produtores de práicas naturais, como Dominique Derain e Yvon Métras. Finalmente foi no Sul, com Eric Pfifferling, com quem trabalhou quase 3 anos, que o Benoît adquiriu a sua sensibilidade e a vontade de cultivar em harmonia com os elementos vivos. Em 2005, depois de ter trabalhado com Olivier Cousin e a familia Menard do Domaine des Sablonettes na zona de Anjou, onde ele se vai finalmente estabelecer, encontrou uma quinta para alugar com 7 ha de vinhas velhas em Faye d’Anjou, com as castas Chenin blanc, Cabernet-Franc e Grolleau, sendo esta última uma das castas tintas em que Benoît mais aposta. Parte das vinhas estavam em mau estado e foi obrigado a replantar usando o material vegetal de qualidade que selecionou. Grande parte das vinhas estão à volta da casa onde se encontra-se também a mini adega. Os trabalhos na vinha são feitos de preferência pelos seus dois cavalos, para não compactar os solos e pela ligação que Benoit tem por este animal, sendo o seu pai um criador de cavalos.
Os solos são xistosos com uma camada de solo que varia conforme as parcelas. O Chenin blanc está essencialmente plantado nos planaltos, como no Clos des Mailles ou em Montbenault, enquanto os tintos são mais situados nas encostas. Na adega, Benoît costuma dizer que o trabalho que lhe ocupa mais tempo é lavar as mangueiras. Faz uma trasfega para cada vinho, único momento onde ele acrescenta um pouco de sulfuroso. Os vinhos são engarrafados após um ano de estágio, que pode ser em cubas de fibra como em madeira usada conforme a matéria dos vinhos. Do seu passado de provador e sommelier, Benoît conservou um certo rigor de prova, que faz com que os vinhos, sendo naturais, primam pela precisão.
