Foi na Loire, na adega de Noëlla Morantin, durante um encontro de produtores, que descobrimos a consistência dos vinhos de Elodie Balme e reconhecemos uma linhagem de mulheres determinadas e autonómas que faz delas umas vigneronnes do tipo “amazonas” : desde o tractor até as vinificações passando pela enxada, trabalho manual da vinha e o contacto com o público na adega.
Na região solarenga e ventilada de Rasteau, com vista sobre o Mont Ventoux e Les Dentelles de Montmirail, Elodie retirou progressivamente da Cooperativa os 24 ha de vinhas que o seu pai cultivava para entregar as uvas e dedica-se à produção biológica de vinhos de quinta com 3 terroirs distintos :
– uma zona a Norte de Rasteau onde se encontra a adega, chamada Buisson com vinhas em grande forma de 50 anos em média, em solos de grês pedregoso e de margas
– o terroir de Roaix com uma mistura de calcário em cima com pedras e argilas vermelhas e uma camada inferior de grês e areia, tipo de solo chamado “safre” em provençal, areia algomerada em placas.
– o terroir de Rasteau exposto a Sul, com solos distintos conforme a posição na encosta : cantos rodados em baixo, margas calcárias brancas na parte superior e os solos de safre que sobem em superficie no meio das encostas, terroir que dá vinhos mais potentes e profundos.
O encepamento privilegia em tintos o rei Grenache, o Carignan (fundamental para ela), o Mourvèdre com um pouco de Syrah (obrigatória na DOP) e Merlot. Em branco as indígenas Clairette e Bourboulenc que são cultivadas no terroir de Roaix em areia para a primeira e cantos rodados e argilas para o segundo.
Introduziu sem medo a agricultura biológica e aproveita do patrimonio de vinhas velhas e vigorosas que o pai cultivou como dos conselhos valiosos do vizinho Marcel Richaud em Cairanne onde ela ganhou a vontade de produzir de forma natural. Os vinhos exprimem a fruta carnuda do sul do Rhône sem perder frescura e harmonia, o que não é fácil numa região conhecida para a exuberância alcoólica dos vinhos.