Tomaralmá

Sílvia Bastos e Nadir Bensmail
Tejo

De tanto provar, brotou a vontade de plantar. Foi em 2015, que Nadir e Sílvia, depois de 10 anos de Goliardos e um ano em Barolo a trabalhar em vinha e adega, se lançaram a plantar 1 ha de vinha nas Moreiras Grandes, aldeia ribatejana dos avós de Sílvia, entre Torres Novas e Tomar, onde o clima é mediterrânico, típico da região Tejo. Clima seco, com amplitudes térmicas dia e noite muito elevadas, e os solos calcários do sopé da Serra d’Aire, são característicos da região de Lisboa. Pesquisando aqui e ali, procuraram plantar como as vinhas antigas da região: em vaso, com densidade elevada, enxertia em campo, e uma mestiçagem de castas que deixaram praticamente de existir na região. Progressivamente vários foram os amigos produtores, goliardos e Tatis que se juntaram à lavoura, tornando-o num projeto coletivo, e foram cuidando igualmente de vinhas velhas da região. Na adega familiar que esteve adormecida durante 40 anos, testam vinificações, oxidações, sobrematurações, altas intervenções, e estágios pouco católicos, com ou sem véu, que melhor revelem este terroir histórico e esquecido do centro de Portugal, importante na época medieval associado aos conventos cistercienses e aos templários. Em 2022 são finalmente lançados os primeiros vinhos Tomaralmá, primeiro nome da cidade de Tomar, cidade onde o avô de Sílvia vendia os seus vinhos, e que significa em árabe “água de tâmara”. O apelo a fazer vinho depois de tantos anos a visitar produtores tornou-se um prazer viciante, às vezes esgotante, mano a mano com a natureza e as origens, numa casa de águas doces.

A nossa selecção de vinhos

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