Resultados da sessão das 1001 noites
Tema: Vinhos Puros/Vinhos Manipulados
Produtor convidado: Álvaro Castro (Quinta da Pellada, Quinta de Sães, Pape, Carrocel…).
Data: 14 de Março de 2008
2 brancos e 3 tintos foram servidos.
O 1º branco chamava-se Dom Hermano 2005 da Casa Agrícola Herdeiros de D.Luis de Margaride do Ribatejo. Vinho produzido a partir da casta Chardonnay, fermentado e estagiado em barricas de carvalho. O vinho apresentava aromas de madeira, bastante redondo em boca com uma falta de aromas frutados e de frescura. O seu perfil doce e sofisticado seduziu alguns goliardos, mas no conjunto a apreciação foi mitigada. Um vinho que não deixou uma lembrança forte mas que não foi recusado.
O 2º branco chamava-se Sauvignon nº2 da quinta francesa da Loire Clos Roche Blanche. Vinho feito a 40 km da cidade de Tours, só com a casta Sauvignon blanc, seguindo as regras da agricultura biológica, e tendo como princípios o mínimo de manipulações na adega, trabalhando por gravitação e engarrafando o vinho sem sulfuroso mas com dióxido carbônico para proteger o vinho. O primeiro nariz foi pouco nítido, com uma sensação de gás e uma fruta escondida. O vinho melhorou com o arejamento e tornou-se mais complexo, fazendo lembrar ao Álvaro Castro alguns dos seus brancos Quinta de Sães.
Os tintos servidos foram a alentejano Outeiro d’Águia 2004 da Herdade do Meio, o Quinta da Pellada Baga 2005 em magnum e o Saint-Joseph Domaine Gonon 2004.
Sem surpresa, o vinho alentejano foi o mais reconhecível, com uma fruta madura compotada, a casta Aragonês a dominar o conjunto, e a madeira a dar um toque luxuoso ao vinho. Um vinho de inspiração moderna, bem conseguido mas sem verdadeiro encanto.
Mas foi a Baga da quinta da Pellada que enganou toda a gente, até o próprio Álvaro Castro que se inclinou para uma Touriga Nacional do Dão, com uma expressão floral e de fruta fresca que fazia pensar a um belo vinho do Dão com as castas habituais. Uma demonstração que a exuberância floral do Dão e o equilíbrio são inerentes ao “terroir” de Pinhanços e não só à casta Touriga nacional.
O Saint-Joseph feito com a casta Syrah estava num perfil mais austero, com fruta vermelha de bosque, aromas animais de evolução sem excesso, com taninos mais em evidência. Esta quinta trabalha de maneira muito natural, com rendimentos baixos de 25hl/ha, vinificação com engace sem muitas manipulações. Por eliminação de possibilidades, o Álvaro Castro pensava que este último era o seu vinho. Enganou-se e ficou muito feliz por isso!