Vinhos provados nas 1001 noites
TEMA: Malbec
Data: 11 de Julho de 2008
Tema : vinhos com a casta Mabec
Elementos sobre a casta Malbec (ou Côt)
Casta outrora muito apreciada em Bordéus, mas actualmente mais imediatamente associada com a Argentina (introduzida na região de Mendoza no meio do século XIX a partir do Chile) e com Cahors, no Sudoeste de França, país e região onde é a casta cultivada dominante. A Malbec tem perdido fama em França, pois tem muitas das desvantagens da Merlot (sensibilidade ao desavinho, à geada, ao míldio e à podridão) sem igual qualidade de fruto. Na verdade pode saber a uma Merlot rústica, de vida mais curta, embora quando o seu rendimento for controlado ou plantada nos vinhedos altos de Cahors de solo calcário rugoso ou de Argentina, menos férteis, revela vinhos com cor escura e ricos em taninos, capazes de fazer lembrar por que razão os ingleses chamavam ao Cahors “the black wine”, proporcionando aromas de frutos pretos, especiarias e alcaçuz com taninos firmes. A regulamentação da denominação controlada de Cahors estipula que o Malbec deve constituir pelo menos 70% do vinho.
Os vinhos
1. Clos Roche Blanche Côt 2006 (França – Touraine)
Quinta com 18 ha de vinhas, dirigida por Catherine Roussel e Didier Barouillet, na zona da Loire perto da cidade de Tours. As vinhas com uma idade média de 40 anos são plantadas num subsolo calcário com areia em superfície. Estes produtores são adeptos da intervenção mínima na adega, trabalhando o mosto por gravidade e minimizando as doses de sulfuroso nas diferentes etapas da vinificação. Esta filosofia concretiza-se em vinhas amanhadas consoante as normas da agricultura biológica e na procura de vinhos reflexos do fruto anual da vinha, sem artifício.
2. Fabre Montmayou Phebus Reserva 2005 (Argentina – Mendoza)
Quinta com 88 ha de vinhas, situada na afamada sub-zona de Luján de Cuyo, na zona de Mendoza, região com um clima seco, quase desértico que obteve a 1ª DOC argentina em 1991. É uma oásis rodeada de montanhas, cujas fontes de água são indispensáveis para irrigar o vinhedo, enquanto as precipitações oscilam entre 150 e 250mm por ano. As vinhas da DOC Luján de Cuyo são plantadas numa altitude superior ao resto da zona : entre 650 e 1200m, em solos arenosos com um sub-solo pedregoso e com amplitude térmica superior, criando condições ideais para a maturação do Malbec e a produção de vinhos mais finos. As vinhas são amanhadas em agricultura biológica e os vinhos feitos a partir de leveduras indígenas (topo de gama) ou seleccionadas. Este Phebus, feito a partir de vinhas plantadas numa altitude de 1.150m, com uma idade média de 15 anos e rendimentos de 60hl/ha, estagiou 10 meses em cuba de inox, no objectivo de preservar e reforçar a fruta do vinho.
3. Domaine des Savarines 2004 (França – Cahors)
Quinta com 4,5 ha de vinhas de castas tintas onde domina a casta Malbec (80%) acompanhada pela casta Merlot (20%). Estamos num planalto constituído duma base calcária e de pedras pequenas originárias de argila em decomposição. As vinhas são plantadas a 300m de altitude. Vinhedo cultivado em biodinâmica desde 1991, os rendimentos são naturalmente baixos (25 hl/ha). O vinho estagiou 10 meses em cuba de cimento e mais 10 meses em balseiros de madeira de 2ª utilização.
4. Fabre Montmayou Gran Reserva 2005 (Argentina – Mendoza)
Da mesma quinta que o Phebus. As vinhas têm uma idade média de 60 anos, os rendimentos foram de 40hl/ha. O vinho, vinificado a partir das leveduras indígenas, estagiou a 100% em barricas de madeira nova durante um ano. Vinho mais ambicioso seja em termos de complexidade que de guarda.
5. Domaine des Savarines 2000 (França – Cahors) cf 3.