Há alguns meses que queríamos conhecer Jean Boxler, cujos vinhos provenientes do cru granítico Sommerberg (a colina do sol) ganharam fama no meio dos aficionados. Em Março de 2017, regressámos à Alsácia, sempre com a excitação dos principiantes, pelos vinhos e pelo desafio cognitivo de desbravar melhor o mosaico de terrenos e parcelas que cada viticultor aborda como se fosse uma pessoa singular. A viagem começou bem com a primeira visita marcada no Domaine Boxler, algo que aparentemente não era tão fácil conseguir. Pessoa firme e observadora, os pés bem assentes no granito, Jean regressava das vinhas que dominam a pequena adega, trabalhadas manualmente e com o “treuil”. Começou logo a servir vinhos, aquecendo com os Pinot blanc antes de passar ao grosso da produção com os Riesling e acabar com Pinot gris e Gewurztraminer e porque estava bem disposto ou curioso da nossa reacção, um ensaio de Pinot noir para acabar. Soubemos rapidamente que no estilo Boxler a malolactica não é apreciada, sobretudo quando se nota no paladar. Descobrimos diferentes variantes do Sommerberg, onde ele isola vinhas mais recentes (30 e poucos anos) das vinhas mais velhas ou da parte mais alta (Eckberg). Os vinhos apresentam densidade e firmeza, sensação quase taninosa e expressão de raízes, com alguma amargura que balança bem a fruta do Riesling. Os Pinot Gris e Gewurztraminer provenientes seja do Sommerberg que do Grand Cru Brand (na aldeia de Turckheim) não ficam atrás. Vinhos profundos e ao mesmo tempo relaxados na sua expressividade que permitem ser apreciados sem ter que se projetar num futuro hipotético…
Domaine Albert Boxler
Jean Boxler
Alsace