Tiago começou por beber muitos vinhos e a escrever sobre eles das”5 às 8″ conciliando com o seu trabalho de engenheiro de telecomunicações até às 5. Viajando, bebendo, sonhando, o seu barco cheio de memórias de garrafas de diferentes horizontes voltou naturalmente, como Ulisses a Itaca, à costa atlântica para juntar as sensações de juventude do mar e a sua atração pelos vinhos da mal amada Bairrada, que ele reinventou sob a forma de Gilda e Maria da Graça. A amizade com Carlos Campolargo levou-o a usufruir das uvas deste produtor (Merlot,Tinta Barroca, Tinto Cão, Castelão, Alicante-Bouschet e Alfrocheiro) para produzir vinhos que buscam a fluidez, a espontaneidade e a expressão dos solos onde eles nasceram, com uma interpretação nova do que é a Bairrada, com tanto ou maior respeito pelo território de origem. Enquanto Gilda com a sua frescura vegetal e pedregosa lembra o ar húmido do bosque atlântico, Maria da Graça com o seu lado crocante e aéreo nos deixa numa terra virgem ainda por explorar e por isso vouga o vinho….Mas nem só de Bairrada vive o Tiago, que regressa às suas raízes familiares minhotas em Arcos de Valdevez onde construiu a sua adega para lançar vinhos com vinificações naturais, à base de Loureiro, para criar o Raiz. Se não fosse já pouco, Tiago junta-se com o António Marques da Cruz para criar o projeto COZ’s, entre vinhos da Beira Litoral e a Serra de Montejunto, onde o Tiago se dedica às artes da viticultura.
Tiago Teles
Lisboa