Esta 5ªfeira, 29 de Abril, nas 1001 noites: pérolas brancas da Borgonha

Caros Goliardos,

Esta semana é a oportunidade para os que faltaram ao Jackpot de Borgonha tinto: esta quinta-feira temos Borgonha branco com vinhos mesmo a calhar na chegada de uma semana de calor.
Se os tintos da Borgonha podem fazer estranhar os apreciadores da potência dos tintos do Sul, quando tocamos em vinhos brancos é consensual termos a Borgonha como um oásis. Até temos vontade de nos tornarmos camelos e armazenarmos Borgonha nas bossas!
Vinhos frescos, vivos mas igualmente cremosos e aromáticos, com um potencial de envelhecimento elevado, apresentam diferenças claras consoante a sub-região.

Esta quinta-feira iremos provar vinhos de regiões e produtores diversos, alguns míticos, como Jean-Marc Roulot de Mersault, de Villaine de Cote Challonaise, Goisot de Chablis.
Para variar, nós já estamos a salivar….

Cumprimentos goliárdicos,

Sílvia e Nadir

De Villaine
Num pequeno vale que os monges de Cluny plantaram vinhas desde a Idade Média, esta quinta com 20ha, liderada pelo Aubert De Villaine e o seu sobrinho Pierre De Benoist, igualmente co-proprietários da Romanée-Conti, dedica-se à produção de brancos e tintos puros, expressivos da Côte Chalonnaise. Todas as vinhas são plantadas nas encostas, com solo pobre e muito concentrado em calcário. A escolha de variedades pouco produtivas e o trabalho na vinha em agricultura biológica levam a ter rendimentos por hectare baixos. Jean-Marc Roulot falando dos De Villaine disse-nos : “Lá fazem pequenos milagres”

Jean-Marc Roulot

Jean-Marc Roulot é um dos “vignerons” borgonheses mais famosos no Mundo, mas o sucesso não lhe subiu à cabeça e permaneceu de uma simplicidade e humanidade que o seu percurso pode ajudar a explicar: aos vinte anos chocou o seu pai, camponês-produtor, quando largou a quinta e a Borgonha para entrar no Conservatório e aprender teatro em Paris. Só a morte precoce do seu pai o fez voltar para gerir a quinta familiar. Como produtor e como artista, é uma pessoa convicta mas extremamente tolerante e disponível. Os seus vinhos de Meursault são firmes, longe duma certa caricatura amanteigada, à procura da essência e da finura do solo que lhes dá vida.

Goisot
Quinta com 27 hectares situada perto de Chablis numa zona de solos argilo-calcários, mais fria que o resto da Borgonha. Os vários membros da família esforçaram-se com um trabalho invulgar nas vinhas para tirar do anonimato esta DOC de Cotes d’Auxerre, que por ter as vinhas do outro lado do rio Serein não beneficia do famoso nome Chablis. As vinhas são amanhadas consoante os princípios da agricultura biológica, com uma densidade elevada de plantação de 10 000 vinhas por hectare, nível idêntico aos das mais famosas parcelas da região. O trabalho na adega é relativamente simples e dedica-se a revelar o máximo a especificidade e a qualidade das uvas, provenientes de vinhas velhas.

Produto adicionado com sucesso.