Esta 6ªfeira, 19 de Fevereiro nas 1001 noites, vertical Bordéus Saint-Emilion

O universal é o local, menos as paredes
Miguel Torga

Caros Goliardos,

Os céus não nos têm permitido organizar 1001 noites.
Como a falta já é muita, em cima da hora, aqui vai já para amanhã uma sessão!

Iremos provar 5 vinhos de diferentes anos de um mesmo produtor de Bordéus-St Émilion que descobrimos em 2009 e ficar a conhecer o que foi cada ano nesta região, entre 2000 e 2006.

As inscrições estão abertas, basta enviar um e-mail. Todos os detalhes mais abaixo.

Cumprimentos goliárdicos,

Sílvia e Nadir

Elementos sobre a região de Bordeús e a sub-região de Lussac

Região situada no Golfo de Gasconha, exposta a um clima atlântico caprichoso, que constitui uma ameaça permanente à boa maturação das uvas. No entanto, quando o sol brilha o suficiente, esta zona temperada oferece condições ideais para a expressão fina e complexa das castas Cabernet-Sauvignon, Merlot, Cabernet-Franc, Petit Verdot nos vinhos tintos, como das castas brancas Sauvignon e Semillon.

Lussac Saint-Emilion é uma das 57 Denominações de origem controladas da área de Bordeús, criada em 1936, situa-se na ponta setentrional do vinhedo de Saint-Emilion, na margem direita. Faz parte com as DOC Montagne Saint-Emilion, Puisseguin Saint-Emilion, Saint-Georges Saint-Emilion dos chamados « Satélites » da DOC prestigiosa Saint-Emilion. Em 2005, tinha 1.486 ha de vinhas para uma produção de cerca 70.000hl.

Três castas formam parte do lote dos vinhos :
O Merlot, dominante (65%), que aprecia os solos frescos (argila), é uma casta de maturação precoce, onde amadurece bem e lentamente, dando uma cor intensa, uma suavidade redonda e aveludada, com uma boa capacidade de guarda.
O Cabernet-Franc (25% das vinhas plantadas), mais plantado nos solos calcários e de textura mais quente (areia, cantos rodados) onde proporciona estrutura, aromas condimentados e uma finura ácida.
O Cabernet-Sauvignon (10%), uma casta tardia que aprecia os solos quentes e secos (argilo-calcários expostos a Sul ou cantos rodados misturados com areia), que dá uma boa base taninosa, com aromas especiados.
Duas outras castas fazem parte do decreto da denominação mas estão pouco presentes hoje : Malbec e Carménère.

Elementos sobre o produtor

André Chatenoud era produtor na zona de Genève na Suiça quando adquiriu esta quinta em 1971. Tem 12 ha de vinhas, essencialmente plantadas com Merlot (95%) complementado com o Cabernet-Franc (5%), em solos argilo-calcários com parcelas expostas norte-sul. As vinhas têm uma idade média de 40 anos. Desde 2002, os métodos culturais beneficiam da certificação da agricultura biológica. Na vinificação, faz um desengace total e utiliza as leveduras indígenas desde 2001. O vinho estagia em cubas e madeira (com uma proporção variável de madeira nova consoante os anos).

Elementos sobre os anos

2000 : ano de maturação ideal com uma floração homogénea no princípio de Maio, um verão muito solarengo, sobretudo em Agosto. Algumas chuvas no início de Setembro permitiram desbloquear as vinhas que sofriam dum pequeno stress hídrico. As vindimas foram feitas debaixo do sol a partir de meados de Setembro. Deu vinhos profundos, por vezes opulentos, com uma boa capacidade de guarda.

2001 : Ano muito interessante para a margem direita, menos quente que o 2000 mas com uma maturação mais suave, que deu vinhos equilibrados, menos opulentos, mais clássicos para a zona. Sofreu da comparação nos media com o hipermediatizado 2000.

2003 : ano de seca com temperaturas altas durante todo o verão, que provocou um stress hídrico em muitas vinhas, sobretudo as que são plantadas em solos arenosos ou muito quentes. As vinhas em solo argiloso conseguiram aguentar melhor por ter uma retenção de água superior.

2004 : A colheita de 2004 foi considerada razoável graças a um clima quente e seco em Setembro que compensou as dificuldades climatéricas durante o verão. Em reacção ao ano 2003 em que a vinha foi vítima da seca e produziu pouco, os rendimentos em 2004 foram abundantes. O mês de Agosto foi desastroso e só os produtores que controlaram de maneira severa a quantidade de uvas apanhadas e esperaram o mais tarde possível para vindimar conseguiram uma colheita boa.

2006 : Ano atípico e complicado com um mês de Julho muito quente, seguido por um Agosto muito fresco e chuvoso. Em Setembro, houve uma alternância de dias solarengos com precipitações súbitas, ciclo que deu ao final vinhos heterogéneos, com nível alcoólico mais alto que previsto, carga taninosa elevada, que criou o risco de extracção excessiva de taninos em alguns casos, podendo dar vinhos maciços, secos e no conjunto desequilibrados.

Quando? 6ªfeira, 19 de Fevereiro, das 19h30 às 21h30
Onde? Na garrafeira/bar de vinhos Os Goliardos, junto à praça da Alegria em Lisboa
Quanto? 15 euros por pessoa, a pagar no momento da inscrição.
O que inclui? Sessão animada e pedagógica sobre o tema, vinhos seleccionados e petiscos a condizer.
Como funciona? Sentados em torno de mesas e copos, iremos provar em conjunto e em prova cega vinhos do tema. Nós introduziremos informações sobre a região e os vinhos, os participantes irão trocar opiniões sobre os vinhos provados, sempre de uma forma livre e pedagógica.

Como fazer a minha reserva? Basta enviar um mail com o nome dos interessados para info@osgoliardos.com.
Temos um numero de lugares limitado por isso a corrida está lançada!

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