Entrevista a Rodrigo Filipe, de HUMUS Encosta da Quinta (Lisboa)

Vinho ao Vivo 2018, Festival Europeu do Terroir, 13 e 14 de Julho
Entrevistas realizadas por Nadir Bensmail d’Os Goliardos

Humus (Lisboa, Caldas da Raínha) Rodrigo Filipe
1. Como está o humus da tua quinta? O húmus está bom, mas isso exige um trabalho na vinha constante.
Quando falamos de solo e terroir, normalmente esquecemo-nos do húmus. Entendemos a sua importância para as plantas em geral, mas por ser um processo que não conhecemos bem, tendemos a ignorar a sua influência nas características do vinho. Sem um solo vivo, as uvas não terão sequer o que precisam para se transformarem em vinho naturalmente.
Portanto, sem um bom húmus na vinha não poderia fazer Humus na adega.
2. Alvorninha, um terroir de maturações tardias perfeito para practicar o surf durante o mês de Setembro? Dá para fazer umas ondas antes da vindima, mas infelizmente o melhor surf na minha região acaba por coincidir com a época de maior trabalho, final de setembro e outubro. Mas é essa vindima tardia que permite fazer os vinhos que quero, com acidez, sem demasiado álcool e equilibrados.
Por isso não trocava esta região por nenhuma outra. Tanto pelas ondas, como pelo vinho.
3. Syrah, Touriga Nacional, Tinta Barroca, plantarias as mesmas castas tintas hoje tendo em conta o estilo dos vinhos que aprecias? Não sei. Talvez hoje tivesse ficado pelas castas da minha região. Teria sido mais fácil. Mas na altura fez sentido e fez parte de um caminho, de uma aprendizagem.
Também me obrigou a descobrir outras abordagens e formas de trabalhar essas castas, para com elas conseguir fazer os vinhos que gosto.

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